Criado em 2007 pelas Nações Unidas (ONU), o mês internacional do Transtorno do Espectro Autista (TEA), assim como muitas datas, visa a conscientização social sobre essa comunidade que há muito foram estigmatizadas. Infelizmente ainda existe muito preconceito a respeito da pessoa com autismo, que muitas vezes é fomentado pelas mídias visuais como séries e filmes, onde o Transtorno do Espectro Autista (TEA) é representado com uma super inteligência, antissociais e insensíveis, e não é incomum serem atribuídas todas as características acima citadas.
Certamente existem alguns comportamentos comuns em pessoas com TEA, contudo é importante reconhecer a singularidade humana que todos possuem, portanto, ter consciência que essa comunidade, apesar de terem o autismo em comum, possuem suas personalidades próprias, é um passo no caminho certo.
O mês azul nasceu na intenção de demostrar a importância da conscientização sobre as pessoas com TEA, mas também lutar pela inclusão e acessibilidade dos mesmos nos meios comuns sociais. A educação inclusiva é uma das maiores pautas da comunidade autista, buscando que o ambiente escolar seja adequado para todas as crianças de acordo com suas necessidades.
De acordo com Artigo 58 da Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996 (JusBrasil), todas as crianças com deficiências, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades tem direito a serviços de apoio no ensino regular sempre que for necessário, tornando assim a escola um ambiente mais acessível a todo o corpo social.
Sabendo da importância de informações concretas sobre esse assunto tão importante, convidamos a professora Doutora Marina Mota, que é docente na Faculdade ESMAC para explicar especificamente sobre educação inclusiva e capacitismo.
“A educação inclusiva é o campo maior, desde a declaração de Salamanca do ano de 1994, começou a se consolidar as diretrizes da educação inclusiva, onde os países começaram a mudar suas políticas educacionais pensando em uma educação equitativa, que gerasse oportunidade para todos, que não fosse discriminatória ou excludente. Quando a gente pensa na “educação para todos”, estamos pensando não só nas pessoas com deficiência ou transtornos, estamos pensando na diversidade, dentro da sala de aula onde existem ritmos diferentes, alguns são mais visuais, outros verbais, e a diversidade é fundamental, por isso a educação inclusiva é o campo maior. A educação especial é uma parte contida dentro dessa educação inclusiva, a educação especializada é para as pessoas com limitações ou transtornos globais no desenvolvimento.
Existem algumas escolas especializadas aqui na região metropolitana de Ananindeua. São escolas para pessoa com deficiência, transtornos ou altas habilidades, mas também temos educação especializada dentro das escolas regulares, com a sala de recursos multifuncionais, que trabalham a suplementação ou complementação dos alunos no contra turno, onde eles terão um atendimento individualizado de acordo com suas necessidades específicas de desenvolvimento.
O termo “capacitismo” é originário dos EUA e veio para o Brasil na década de 80 com a luta das pessoas com deficiência, tanto que o termo não consta no estatuto da pessoa com deficiência da legislação brasileira, na lei 13.146 de 2015. No Brasil temos leis que amparam tanto a educação inclusiva quando a educação especializada como a LDB 9394/96 ou a Lei 10.436/2002 que é especifica da LIBRAS, porém o termo “capacitismo” não aparece. Mas afinal o que é o capacitismo? O capacitismo está para a pessoa com deficiência assim como o racismo está para pessoas negras, como está o machismo para as mulheres, ou seja, o capacitismo é a discriminação que a pessoa sofre.
Então, embora na legislação, no estatuto da pessoa com deficiência, não apareça o termo ‘capacitismo”, no artigo quarto é falado que “todas as pessoas com deficiência têm direito a igualdade de oportunidade e não podem sofrer discriminação”, e isso abrange para todos os âmbitos sociais. O capacitismo questiona a capacidade da pessoa com deficiência, colocando a deficiência antes da pessoa, é uma questão histórica de estigmas, que vem ao longo dos séculos.
A educação especial é para todos os níveis, das séries iniciais à ensino superior, a gente busca desconstruir e trabalhar não apenas o conteúdo, mas a formação de cidadãos, trabalhando valores e atitudes.”
Com o propósito de inclusão e conscientização, o grupo de Ensino Madre Celeste se propõe a criar um ambiente preparado para receber a todos, não apenas em infraestrutura, mas também na capacitação do corpo docente, para que assim contribua junto à comunidade autista contra o capacitismo, estigma e todo preconceito acerca do TEA.
A ESMAC também é a primeira IES no município de Ananindeua a abordar o tema de total relevância, e mediante a carência de profissionais capacitados no mercado, lançou uma oportunidade exclusiva para todo cidadão que queira se instrumentalizar sobre o assunto. É a Especialização em Transtorno do Espectro Autista (TEA). O curso acontece em formato híbrido, com aulas às sextas e sábados, sendo composto por 1 módulo mensal. Cada módulo corresponde a 30 horas totalizando 360 horas para conclusão no período de 12 meses.
O estudo recente do Instituto Semesp, baseado nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Dados (PNAD Contínua), confirma que além das exigências do mercado de trabalho e a grande diferença salarial, uma pós-graduação coloca o profissional em uma melhor posição frente à novos desafios, que exigem maturidade, competência técnica e persuasão.
Para saber mais sobre o curso em TEA na ESMAC, acesse aqui!