O presente trabalho de conclusão de curso busca analisar a relação entre o
passado e o presente do ideário cabano utilizado simbolicamente pelo Governo
do Estado nas comemorações do Sesquicentenário da Cabanagem em 1985 e
a sua relação com a população belenense, a partir das memórias e
sentimentos de um passado exaltado nos anos de 1980 e “depredado” no ano
de 2018. Esta pesquisa se utilizou de fontes dos jornais impressos referentes
ao período de construção do monumento a Cabanagem, em 1985 e de fontes
de jornais do ano de 2018, que retratam um processo de depredação gradual
do referido Monumento histórico, bem na entrada da urbe belenense. Foram
utilizadas fontes orais a partir de entrevistas realizadas com sujeitos sociais
que vivem nos arredores do bairro do Entroncamento. Pois, a análise dessas
fontes nortearam a construção da narrativa baseada em leituras de autores
como Jacques Le Goff, dentre outros, das áreas afins do conhecimento
histórico. Essa discussão possibilitou a problematização da relação do
monumento, passado, memória e os diversos “presentes” ligados a percepção
de cada sujeito que vivenciou e vivencia o ir e vir na frente do memorial
cabano. Buscou-se, assim, a construção de uma análise entre
passado/presente para refletir o porquê de seu momento de “abandono”, tanto
por parte da população em geral, quanto pelo Estado no âmbito da sua
representação política. Um processo de historicidade que apresenta um
cenário urbano e a representação do monumento diferente daquele
rememorado em meados da década de 1980 , fato que tornou o memorial
cabano quase “invisível” ao olhos dos diversos sujeitos que entram e saem
rotineiramente na capital paraense em pleno ano de 2018.